sábado, 14 de novembro de 2009

não assim

Nem eu estou acreditando que vou postar isso.
Acho que é o anúncio. O anúncio do saber. E o saber é sobre um fim. Disseram num filme que eu vi outro dia a simples frase: 'quando o fim está próximo, pensa-se muito no início'. Faço dessas, minhas. Tem dias que eu acho ser só a velha e boa neura que faz a gente pirar. Aí vem aqueles dias que ele tá um brigadeirinho, me sinto até culpada de pensar em fim. Mas a culpa passa rápido, porque as promessas duram só a noite feliz. E como a distância não ajuda nem um pouco, eu morro de chorar. Vivo indo dormir as 4hrs. Antes fosse na internet, vendo tv ou lendo. É chorando mesmo. E como sempre, a chorona aqui passa por cima de um milhão virgula 45 coisas. Eu sinto muito. De verdade. Eu sinto mesmo. Mas por sentir tanto eu não sei se é possível ter alguma esperança. E se ele ler? Oh! O que eu acho que não seja muito provável, vez que nem tempo para me ligar ele tem.
Pra não dizer que eu não tentei, vou ligar agora.

Um beijo e ouça Take Cover - Mr. Big, vai ajudar.

sábado, 19 de setembro de 2009

Carta ao Melhor

Oi. Eu sei que já tem um tempão que a gente não se fala. E é por isso mesmo que eu estou te enviando essa carta. Eu sinto muita saudade. Muita mesmo. Tem horas que chega a doer, dor de verdade.
Me conte, como estão as coisas aí? Sempre me preocupei com o seu medo, de ficar sozinho aí. Não sei de onde tirei tanta certeza pra saber que você não está. Mas eu sei que não está. É que eu não entendo muito das coisas daí, você poderia portanto responder a minha carta?
Mas digitada, por favor, eu não sei se consigo ler sua letra.
Agora vou te contar como estão as coisas aqui. O papai e a mamãe estão tristes. Eles choram muito, você é um pedaço deles né? Não teria como ser diferente. E é tão difícil ver eles assim. Por essa exata razão eu não sei o que fazer mais. Se tenho que ser forte ou se tenho que estar com eles, porque tem sido impossível ser forte do lado deles. A Peu tá bem, criança consegue distrair mais fácil. Ela sofre muito às vezes, ela te ama fora do comum. A parte mais difícil de contar é sobre a Carla. Ela se perdeu. Tem tocado a vida devagar mas parece mais um zumbi, sem vida, sem força, sem ânimo. O sofrimento dela parece que não teve começo e não vai ter fim. Eu sei bem que você não queria ver ela assim, e pode acreditar, eu falei isso pra ela inúmeras vezes, mas ela não deve estar ouvindo nada.
Sobre mim. Ah, eu nem queria falar, mas acho que não preciso guardar segredos de você. Eu tenho sentido muito a sua falta. Em casa e mais ainda no fórum. Nos primeiros dias parecia que você tava pra voltar, agora parece que já se passaram anos e você ainda não voltou. Não sei explicar o tamanho da dor, a angústia. Ver suas fotos, seus carros, tudo seu me faz lembrar. Até aquelas músicas sem letra que você tanto nos fazia ouvir "eu queria mudar, eu queria mudar, eu queria mudar, eu queria mudaaar, meu mundo me ensinou ser assim...".
Nada vai preencher esse vazio que tá aqui, nada, só você mesmo. E eu descobri que o que você tem de tamanho, você tem de coração. E o tamanho da dor que eu tô sentindo agora é o mesmo da certeza de que os dias aos seu lado foram poucos mas valeram a pena.
Eu tenho me arrependido muito de tantas brigas bobas, discussões idiotas. Coisas que eu podia não ter falado, coisas que eu podia não ter feito. Dias que eu podia ter passado do seu lado, inclusive os seus últimos aqui. Eu não sei se você podia nos ver, mas eu sempre estive lá, segurando a sua mão, até no último momento, até na despedida, a minha mão sempre junto a sua. Eu sei que foi muito pouco, que eu podia ter feito muito mais por você, mas a única coisa que eu pude fazer foi despedir de você.
A última vez que te vi aqui em casa, eu nunca vou esquecer. Eu não devia ter ido. Eu devia ter ficado. Eu viajei chorando, o tempo todo, sem razão. Só que eu sentia uma dor no peito, uma dor de que algo ia acontecer. Só que eu não conseguia imaginar que era a dor de nunca mais te ver em casa.
Nosso aperto de mão, eu vou lembrar pro resto da vida. Aquele que demos na porta do hospital, antes de você viajar.
Eu não sou ninguém sem você. Eu ouço as músicas que você me ensinou a ouvir, eu vejo os programas de tv que você me ensinou a ver. Eu estudo na faculdade que você estudou. Eu trabalho no lugar onde você trabalhava. E agora quem sou eu? Eu sou só a cópia mal-feita que você deixou pra trás.
De onde você estiver, mesmo sabendo que você detesta ler, por favor, leia isso. Nós te amamos muito. Ah! Quase esqueci de te contar, você queria saber realmente o que você teve, chegou um laudo acompanhado de uma senhora da Secretaria da Saúde. Você foi mais uma vítima da Gripe A. Não faz muito sentido, eu sei. Todos nós com imunidade baixa e ninguém ter manifestado nenhum sintoma. Mas o papai acha que foi negligência médica, aí é fácil por a culpa na gripe né?
De qualquer forma, não se prenda a isso. Encontrar culpados agora é muito pior.
Como foram as minhas últimas palavras com você, não tenho a menor vontade de mudá-las:
"Junior, boa noite, e fica tranquilo porque estamos aqui. Fica com Deus."

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O dia em que agosto acabou

Unhas feitas, o que seria um bom começo se não fosse pelos bifes tirados.
Cabelo limpo, o que seria muito agradável se não fosse o fato de ele ter ficado alto.
Um milhão e meio de policiamento no fórum, seria bom se não estivéssemos falando do cara que ensinou a policia a mexer com certo tipo de arma.
Sanduba gostoso, tirando que já tinha comido mais cedo e não podia/devia ter ingerido mais nada hoje.
Mês acabando, mas não consigo estar animada por saber que esse foi o pior mês não só desse ano como de todos os outros.

sábado, 15 de agosto de 2009

acontecendo no gerúndio

Quando eu fecho as cortinas fica tudo mais fácil.
Posso tirar esses quilos de maquiagem, o penteado enorme, isso sem falar dessa roupa espalhafatosa. Enfim, eu de cara limpa, de roupão e rabo-de-cavalo. Agora eu posso contar como é estar atrás dessas cortinas.
Grandes sorrisos e bonitas frases, até uma fé desenfreada me aparece por lá. Sou a melhor conselheira, a mão amiga, o alicerce e apoio perfeitos. Peço por favor e agradeço tudo, sou fina, bem vestida e educada. Rezo e peço a Deus paz e sabedoria. Acredito em coisas que até Ele duvidaria. Sou compreensiva, tranquila e forte. Nunca vi falar de alguém tão forte assim.
Mas quando acaba o espetáculo e eu passo por essas cortinas não me sobra muito além do rabo-de-cavalo. Tudo o que eu quero é chorar meus medos, minhas dores. E não sou tão educada assim, perco a paciência mais fácil do que parece. E não consigo crer em mais nada que me obriga a ter fé, foi uma injustiça muito grande e uma decepção tamanha. E quanto as cobranças que me estão sendo feitas, eu não sou forte o bastante pra isso, nunca fui, aliás, eu que sempre fui a senhora fraqueza, que desiste nos 15 minutos do primeiro tempo.
E o que eu queria agora era poder ficar mais tempo do lado de cá da cortina, mas parece que mesmo depois de muito lavar o rosto, aquela maquiagem anda pregando em mim, e tem dias que até me esqueço de tirar aquelas roupas, acabo pegando no sono com elas. Pelo visto estão construindo uma parede atrás da cortina, qualquer dia desses que eu tentar voltar, vou ver que só me restou o lado de lá.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Dear S

Fazia dias que ela não se via no espelho, Barbie querida, como pode fazer isso consigo mesma? Seus cremes caros estão perdidos por aí e você ainda não foi procurar? E todas aquelas maquiagens e roupas novas? A quanto tempo você não faz as unhas? E esse cabelo, a quantas madrugadas não vê um bom penteado?
Querida, você não pode ficar nervosa, sei bem que sua gastrite aparece e além de dores, te faz sofrer com as aftas. Pare de pensar que tudo é regido pela Lei de Murphy. E não se esqueça que agora é a sua última semana de férias e que segunda sua linda rotina começa de novo, vai dizer que não estava sentindo falta?!
Você sempre esteve acostumada com essa casa enorme cheia, com pequenas discussões e cantoria. Eu bem imaginei que não seria fácil enfrentar esses dias sozinha, mas você insistiu em ir embora, por que diabos você queria tanto ir pra casa?
Minha querida, eu te desejo melhoras, pro seu astral, pra sua paciência, pra sua cabeça. Você precisa e merece.
Beijos, eu já estou com saudades.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

aos dias difíceis

Devo ser uma cidadã de pouca fé, só pode.
Na cabeça ficam ideias tão pessimistas e sonhos tão ruins.Não consigo dormir a noite e durante o dia os telefonemas não me deixam. Olhos vermelhos e inchados, cansados e preocupados. Será quando ele vai sair disso tudo? Eu fico me perguntando. Mas ver ele daquele jeito cortou meu coração e minha paz. Aparelhos apitando, ar-condicionado para manter a temperatura, fios no peito, nos braços, cabeça, boca, nariz. Eu sei que é mais fácil pensar que ele vai melhorar, mas eu sou tão fraca que meu otimismo não está funcionando. E ser forte pra pai e mãe não é fácil. Ainda mais quando eles estão desmoronando em lágrimas e cabeças baixas. Eu trocaria de lugar com ele a qualquer minuto, que fosse só pra ele reclamar de tudo, botar muito defeito nas coisas, mas que ele tivesse bem.
Volta logo Junior, seu opala tá te esperando.

sábado, 25 de julho de 2009

Ps.: Sing

Faz frio, é inverno. Longe de você sinto cada dia mais e mais frio. Por que é que você nunca vem? Os telefonemas me doem, cortam como aço de navalha, e eu nem sei ao certo a razão, mas as lágrimas rolam e não param. Eu queria poder te abraçar, agora e sempre. Te beijar cada dia um pouco e mais. Me aquecer nesses dias secos e gelados. E poder me ver nos seus olhos, e ser a única coisa que está lá dentro naquele momento.
Lembrei de uma música tão única. Travis - Sing. É pra ouvir acompanhado.

domingo, 19 de julho de 2009

sheilaphobia

"e o arrepio frio que dá na gente"

Não tenho mais muito tempo, não mesmo, ser feliz me consome muito. Estar amando me deixa muito entretida. Sorrir, rir e me divertir já me toma muito tempo.
Uma das poucas coisas que eu sei é que não preciso de muita coisa, quando tenho tempo.
Outra coisa que eu sei é que não preciso de muita gente quando tenho as melhores do meu lado.
Outra que eu deveria saber é que não preciso tirar os pés do chão pra poder voar tão alto.
Quando os valores são maiores, as pessoas ficam pequenas atrás deles, quando os defeitos são grandes, elas somem atrás deles. Triste. O problema é essas pessoas pensarem que só porque sumiram atrás dos defeitos, elas já não existem mais.
Certa vez eu pensei que gostar das pessoas me bastava, não precisaria de paciência, de afeto, de carinho, atenção, dedicação, respeito. Achava que apenas gostar das pessoas era suficiente. As pessoas até não são tão ruins assim, elas só não sabem o que estão fazendo. Isso me deixa mal.
Anyway, mudando as ideias.

sábado, 11 de julho de 2009

perdendo tempo e paciência

Posso contar que ando preocupada?
Pois é, do nada, preocupações com tanta coisa. Pré Ocupações. Eu me ocupo com o trabalho, mas vai dando lá pela quinta-feira eu já tô com os nervos a flor-da-pele, por saber que sexta-feira tá chegando e é o maldito dia de atermação no Juizado Especial da Comarca de São Gotardo. GRANDES BOSTAS. Aí eu chego em casa e começo a ocupar com meu peso, deixo de comer, tomo um café pra enganar o estômago, quando muito uma bolachinha aqui, uma balinha ali. Aí vou pro quarto, me ocupo com o espelho (essa é a pior parte), o espelho é contra mim, fato! Vejo todos os defeitos e desespero, dá vontade de vender drogas pra ter dinheiro pra todas as lipos/silicone/progressiva/etc. Mais tarde me bate um sono danado, resolvo deitar, já com as ocupações do dia inteiro, não satisfeita, me ocupo com o olho pregado no celular pra ver se ele vai ligar, me ocupo se ele vai estar bem humorado, porque depois do dia mais ocupado que eu tive, era disso que eu precisava, mas aí como eu já tinha me (pré) ocupado antes, eu estava uma pilha de nervos e nem consigo dar o devido valor. Sim, ele ligou.
As minhas ocupações me esgotam, me cansam, me deixam mal, mas o que que eu posso fazer afinal? Deixar a sexta-feira chegar e achar o máximo porque tô aprendendo lá algumas coisas que muita gente da minha sala só vai ver daqui alguns períodos? Comer sem ocupar-me e depois me matar de correr/malhar/morrer de raiva de ter comido? Desligar o telefone e esquecer que eu tô louca pra ouvir a voz dele? Eu não consigo. DROGA.
Eu geralmente sou uma pessoa muito calma, mas tenho andado muito irritada, com todas essas pré-ocupações que eu sofro. Não está me fazendo bem.
Aiai, só aqui mesmo pra eu conseguir desabafar mesmo.
=(

quinta-feira, 9 de julho de 2009

again,again,again.

Esse é meu.
Quando eu me vejo, eu sei o que me falta, eu sei o que me sobra, eu sei o que eu não sou. O espelho me mostra tudo o que eu preciso saber de mim (por fora, pelo menos). Falta peito, sobra bunda, celulite, e eu tô mais cheinha mesmo, e meu cabelo nem tá lá essas coisas. Eu sei de tudo isso. Sei que certo tipo de roupa não fica bem em mim, e que eu preciso de uma limpeza de pele urgente. Ah! Tô com um esmalte vermelho sangue, tem que ver pra crer. Surgiu uma barriga de cerveja, nada em exagero, mas nem tá bonito. Pra falar a verdade, eu posso enumerar meus defeitos a tarde toda, por ordem alfabética, de chegada ou até de trás pra frente. Não, de trás pra frente eu não consigo.
Eu não sou a que a rodinha de homem vai parar e olhar, não vou parar nenhum trânsito (aliás, caso me atropelem, acho que corre o risco einh?). E isso me incomoda sim! Não ser tão bonita quanto a ex do meu namorado, não ser tão perfeita quanto a Gisele Bundchen, não ser tão gostosa quanto a Juliana Paes nem ter o charme da Lady Gaga. Eu confesso! "Não existe mulher feia, existe mulher pobre", concordo, mas cadê meu dinheiro então? humpf. Mulher feia tinha que ganhar o salário em dobro. prontofalei.
Tive um noite do cão e precisava escrever. Mais que um vício, uma necessidade. Droga.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

but I cant see straight anymore

A casa parecia vazia. Na verdade eu devia achar que ela estava vazia. Era importante pra mim pensar que eu estava sozinha naquele momento. Eu me senti tranquila, comecei a falar comigo tudo aquilo que eu não podia falar.
Eu finalmente consegui falar o quanto eu estava desesperada, o quanto cada dia eu me sentia mais presa a tudo isso. Eu pude colocar minhas ideias de volta no lugar, sem levar muito em consideração o que eu ouvi da visão alheia. Totalmente desprotegida, frágil e pisando em terreno desconhecido. Abandonado uma parte de mim e encontrando outra. Sentindo da forma que eu achei que só se sentia uma vez.
A meu ver só tinha uma solução. Nada fácil.

sábado, 20 de junho de 2009

já é hora?

Chuva de corações para começar esse post.
Lógico que devemos um muito obrigada ao louco que fez o dia dos namorados, mesmo com o propósito de criar uma data comercial, ele nos fez pensar um pouco mais na pessoa que chamamos de namorado. (no meu caso duplíssimo sentido nisso)
Outro muito obrigada ao Brasil, porque aqui todo dia é feriado, e feriado aqui não é só um dia, é quase uma semana, o que me deu mais tempo ainda pra curtir.
Agora eu achei a chuva de corações meio melosa demais, mas já tá chovendo mesmo, aproveitemos. Tô nessa chuva não é atoa.
Dias quentes, tardes preguiçosas e noites frias. Meu feriado/dia dos namorados foi isso e longe de estar reclamando, foram dias incríveis. Acordar, olhar pro lado e ver ele de madrugada me fazia tão bem e quando eu voltei pra casa, senti uma falta danada, quem disse que eu queria dormir sozinha?
Mas dormi (e tive um milhão e meio de pesadelos).
Foi uma semana chata, primeiro porque o fórum ainda vai me matar, segundo porque véspera de prova e terceiro porque tive que passar a semana toda tentando reacostumar a me manter mais tempo sozinha.
Eu tenho sofrido de uma insônia passageira e diferente, não durmo a noite, só de manhã (aí também não consigo levantar cedo). Com isso o tempo pra pensar ficou maior. O que causou várias dúvidas na cabeça. Com mais uma dúvida que foi levantada na quarta-feira. Eu tive sonhos ruins, dores de cabeça, stress, comi feito louca a semana toda e até chorar eu chorei, super atoa.
Eu não queria um post dramático devido o dia dos namorados, muito menos pra contar que meu feriado foi O melhor (e foi, mas nem vou contar). Eu só queria deixar claro que as coisas aconteceram da forma mais legal que podiam ter sido, nada de ressaca moral (sic) nem de arrependimentos, eu tô feliz assim e é assim que eu quero ficar. Eu senti falta de mim assim.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

até

estou me desligando da tomada, de mim e de tudo.
estou indo em direção ao breu e eu não estou pensando em voltar.
me dê alguns dias, só mais alguns dias pra eu clarear as coisas.
enquanto isso, obrigada e boa noite.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

fast

falta de tempo
e de tristezas
sobra de ocupação
e de sorrisos.

sábado, 16 de maio de 2009

Coisas que ele jamais deve saber

Ele jamais deve saber que eu adoro repará-lo no meio da aula. Ele jamais deverá saber que eu adoro o perfume dele e que levo esse cheiro comigo na cabeça. Ele jamais deve saber que eu penso nele mais do que devia. Ele jamais deverá saber que eu sinto falta dele antes mesmo de despedir, e que 24horas de espera, agora parece mais demorado. Ele nunca deve saber que ele já sabe meus medos e que já sabe usá-los pra conseguir o que quer. Ele nunca deve saber que eu gosto dele cada dia mais e que cada gesto dele me deixa mais encantada. Ele não pode saber que eu morro de medo quando ele olha pra mim com aquela cara séria. Ele não deve saber que quando ele entrou no ônibus eu chorei. Ele jamais deverá saber que meu sono é até melhor quando dormido ao lado dele.

A única coisa que ele pode saber agora é que os fins de semana ficam preto e branco quando ele não está.

sábado, 9 de maio de 2009

tonight

BUILD YOUR HOUSE ON A ROCK... i'm not inoccent.

*katy perry

domingo, 3 de maio de 2009

Dela 02

Um dia, ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar.
Olhou-a de um jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar. E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar. E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto, convidou-a pra rodar. E então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar. Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar. Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar. E cheios de ternura e graça, foram para a praça e começaram a se abraçar. E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou. E foi tanta felicidade que toda cidade se iluminou. E foram tantos beijos loucos, tantos gritos roucos como não se ouvia mais. Que o mundo compreendeu e o dia amanheceu em paz.

Valsinha – Chico Buarque

 

Ele não era o mesmo, definitivamente. Ele tinha aquele brilho novo nos olhos. O brilho que ela não sabia que ele tinha. Mas ele tinha e ele hipnotizava, ela e todos a sua volta. Os dois pareciam estar separados a meses. O fato é que não haviam passado sequer algumas horas do seu último encontro. Os olhares tinham perdido a noção do tempo, eles queriam pressa. E numa noite fria e chuvosa, os abraços queriam braços, e queriam com urgência. Os ouvidos queriam sussurros, a voz doce. Os perfumes intensos, o cheiro de posse. Já os lábios, ah os lábios, eles queriam tudo, queriam os olhares, os braços, os sussurros, o perfume e os beijos. Ela sempre soube o quanto gostava de estar de mãos dadas com ele, mas ela nunca soube o quanto aquilo podia ser agradável quando se tinha mais tempo. Fechar os olhos e deixar a respiração alheia embalar o sono. Ele realmente não era o mesmo. Ela acha que pela primeira vez ele percebeu o quanto ela se deixou levar, o quanto ela está dentro disso tudo. Ela começa a sentir frio na barriga ao menor movimento dele. Droga. 25 horas. Até lá, ela acha que o travesseiro vai distraí-la.

foi assim

Sim. Eu chorei. Sim. Foi a minha melhor visita. Sim. Eu gosto de você.

sábado, 25 de abril de 2009

Dela

Ela já não entendia bem as coisas, eram tantos os caminhos que ela podia ter tomado mas ela escolheu as coisas assim, nada fáceis. Ir atrás de sonhos já não era bem o que ela estava fazendo, tinha mais a ver com deixar os sonhos virarem realidade. Nada de dores de cabeça, o que ela queria era uma noite de rock and roll, e o que ela teve? Uma noite de steinhaeger. As coisas começaram devagar, a noite parecia que não ia terminar, poderia ela ter ido embora antes da hora? Sim! Ela teve essa opção, opção essa que ela rejeitou, porque não foi o calor que o álcool provocou que fez ela ficar, ela contava com aquela oportunidade e ela não queria ir embora. Blusa nova, salto alto, e quando um beijo é visto, é visto que humores se alteraram, e agora? A proposta de ter ido embora antes nunca tinha lhe parecido tão conveniente como naquele instante. Ir embora? Deixando só o aroma do gosto de perfume? Ela não faria isso, parecer fraca e indefesa era tudo o que ela não faria aquela noite. Nessas horas, um beijo repetido cura orgulho ferido. Nem que seja pra deixar ela saber que ainda está num salto agulha. E depois de mais alguns (muitos) copos, ela atravessa o salão e pergunta: "você ainda vai me levar embora?", seguido de um beijo ao pé do ouvido e a cara de cachorro sem dono (ui). Ele garantiu que sim. Mas o que ela poderia fazer com o beijo repetido que segurava a mão agora? A decisão dela foi continuar lá até a (tão esperada) hora de ir embora. Fim de show. Fim de beijo. E mal sabia ela, mas aquele (ai), era o fim dela. Entrar no carro, com amiga junto pra não ser tão explícita. (mais explícita que o beijo ao pé do ouvido? ok, a história é sua, faz dela o que bem entender...). Ela esqueceu que usava salto, esqueceu que estava com a blusa nova, só sabia lembrar que o álcool estava passando e a insegurança voltava de mala e cuia. Ela não se lembra direito se foi no primeiro beijo mesmo ou nos seguintes que ela concluiu que ele era cara pra namorar. Mas ele não concluiu nada, além de falar sobre a ex e os dramas e tramas que ela proporcionou. Ela começou a surtar. Ela já não tinha certeza se aquele salto era o dela. A noite gritava por um fim, e ela por um pouquinho de atenção. Nada em comum além de duas mãos dadas desde então.

sábado, 18 de abril de 2009

vampiro, a máscara

"...só de olhar posso dizer que você não está entendendo. (...) Sinto muito, minha querida, mas tenho uma surpresa para você. (...)
Então sente-se. Por favor, eu insisto que você fique confortável. Sirva-se de algo para beber, de preferência da jarra à esquerda - a da direita possui um sabor excêntrico. Esta será uma longa noite, e creio que você vai precisar de uma bebida forte... ou até mesmo duas. (...) Em outras palavras, você não sabe coisa alguma sobre a maneira que o mundo realmente funciona, e eu vou abrir seus olhos. Mas temo, minha querida, que você não vai gostar do que vai ver..."

Menos isso

Que bom que o dia findou-se, meus olhos já não suportariam tanto. Que bom que a noite pode mudar nosso humor, inclusive nos matar de vergonha. Que bom que podemos respirar fundo com a tranquilidade de uma criança e a paz de um fim de guerra. Que bom que nossos dias podem ser diferentes e que nossas vontades mudam. Que bom que alguém lá em cima tem olhado por mim. Que bom que os dias estão indo, tranquilo e pacificamente. Que bom que o tempo frio chegou. Que bom que GGirl volta segunda. Que bom estar em casa. É bom saber que tenho tido melhoras, significativas, ao contrário de antes, tenho corrido do que me é nocivo. Dessa forma eu tenho me sentido melhor, mesmo tendo chorado muito nas últimas semanas. Ainda quero que me tire daqui, daqui aqui ó.
Ideias erradas sobre mim. Repito. Ideias erradas.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

the third

já que nada muda por aqui
só você que sabe o jeito de fazer sorrir
parece até que eu inventei você
então pede mais um trago
ascende um cigarro
fica um pouco mais
meu relógio tá louco
espera mais um pouco
agora tanto faz

ei, me tira daqui.

domingo, 12 de abril de 2009

tinta de caneta preta

O que fazer com as coisas que não se pode controlar?
Eu fico na espreita, de penumbras e madrugadas faz-se meus tempos. Morra a sua espera, se me disser que devo esperar. Corro dos meus medos que têm cara de vovozinha e chapeuzinho vermelho. O telefone não me basta, as lágrimas fazem ele desligar. A vontade de berrar minha música em alto e bom som... Eu podia ter ido antes, eu podia ter ido depois, eu podia ter ido em qualquer época, eu só não podia era ter ficado inerte. Não venha me dizer o que eu não preciso ouvir, não tente acabar com a minha educação arrogante, porque infelizmente cada minuto seu tentando, é um meu desistindo.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

aos desavisados

Devem pensar que sofro de surdez, ou mesmo de coma alcoólico.
Talvez também de fraca memória e que meu relógio está quebrado.
Que me sinto confortável com a situação e que estou muitíssimo feliz, obrigada.
Só o que eles não sabem é que agora eu daria tudo pra estar em casa.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Sabe o que eu queria agora?

O frio do ventilador contrastando com o calor da coberta.
O arrepio frio no calor das 2 da tarde.
Queria não ter que ir embora, nem que ficar de cara feia, nem stressar...
Ainda acho que não sei o que está acontecendo comigo.
=(

domingo, 29 de março de 2009

estou indo

Quão maravilhosas as pessoas que não conhecemos bem, essas nos fazem descobri-las o tempo inteiro, instigando a beleza e a graça do conhecimento e do desconhecimento. Pequenas coisas são grandes feitos e um dia se torna mais que 24horas. "essa vai pro meu amor". E esse vai pra quem fez deste fim de semana, um dos meus melhores.

terça-feira, 24 de março de 2009

Vai saber...

Pois é, perdi o sono essa noite.
O que eu canto hoje? Anna Molly.

domingo, 22 de março de 2009

hey rich girl

You've got a lovely way with words
Must be the way you see the world
It's just the way you see the world

sábado, 21 de março de 2009

Deixe-me te contar algumas coisas.

Eu já não crio mais teorias. Eu não sou fã da correria, muito menos do sono constante. Não tenho mais tempo pra nada, nem sequer pra dormir. Ando com olheiras e uma xícara de café o tempo todo. Não tenho tanto ânimo pra madrugadas (ops) e grandes doses de tequila (ops again). Sinto falta de algumas coisas que eu nem tive. Meu projeto está parado e eu não sei se estou tão afim assim de seguir em frente com ele. As coisas no trampo estão complicadas, é muito serviço e pouco tempo. Ouvir música e ficar sozinha tem sido a coisa que eu mais quero. Take me out não é só uma música pra mim, é mais que um pedido. Ver de perto dói, ver de longe dói, não ver dói mais ainda. FAKE PLASTIC TREES, FAKE PLASTIC EARTH, FAKE PLASTIC SHEILA.

quinta-feira, 12 de março de 2009

parte 1

Amor.
Essa é a primeira das últimas.
Existem dores maiores do que as que eu sinto, existem, porque eu sei. Também sei que cheguei a esse ponto que só consigo ver você. Estou cega ao mundo. Nada toca tão bem meus ouvidos como sua voz, me lembra ruídos de sinos que me ensurdecem. Nada tem seu cheiro, seu gosto, sua graça. Cada dia consigo ver que se não for ao seu lado, não serei feliz, não completamente, porque só consigo ver essa luz radiante quando sua mão toca a minha, quando o seu sorriso invade os meus olhos. Essas coisas me enchem de paz, e ao mesmo tempo, de nervosismo, pois cá estou eu ao seu lado. Existiria algo tão supremo como essas sensações? Amor, eu te amo da forma mais bonita e pura desse mundo, da mais doce e suave, a que mais se aproxima ao que você merece. Eu te amo por você.


*fiction.

terça-feira, 10 de março de 2009

baixando guarda

Eles dizem que não é assim que as coisas deviam funcionar. Eles dizem. Mas eu ainda penso que eles não sabem ao certo o que dizem, porque o que está piscando em letras verde-limão-fosforescente não é bem o que eles dizem. Dizem que eu sou meio louca, mas é pura intriga da oposição. Dizem que eu devia falar menos, mas é que assim ficam coisas subentendidas. Dizem que meu cabelo nem ficou tão bom, e daí? Eu gostei. Dizem que eu preciso de mais comprometimento com a faculdade, bom, posso dizer que talvez eu esteja começando por algum ponto. Dizem que quando se levanta de uma batalha, deve-se esperar quieto pela outra parte da guerra, discordo! Vamos a luta. Dizem que eu devia segurar meu coraçãozinho o máximo até o fim dos dias, mas ai ai, isso seria possível?
Baixei minha guarda. Infelizmente assumindo isso.

Só por favor, não espalhe pros inimigos.

terça-feira, 3 de março de 2009

segredinho

Vou contar de um dos céus que eu tive.
Deve ter sido o que mais valeu a pena.
Eu trouxe dourado pra ele, colorido num crepúsculo.
Mais tarde recortei estrelinhas pra pregar.
Bateu um vento, elas se espalharam.
Eu não consegui juntar, eram muitos recortes.
Cansada disso, resolvi colorir tudo de um tom anil.
No fundo coloquei um sol ralinho.
Aí eu senti sono, pedi pra ir embora.

segunda-feira, 2 de março de 2009

crime assistido

Ninguém sabia o quanto eu estimava tudo isso. Ninguém. Ninguém ao menos soube a felicidade que eu senti quando o meu presente me foi dado. E agora me tiram assim? Sem eu poder lutar, espernear, chorar? Injusto. Injusto ou não, agora ninguém calcula o quanto estou contrariada e indisposta. O que antes me era um prazer, agora será o maior tormento/medo. Eu usei tudo que tinha em mãos, e então? Não. Me chame de exagerada, mas ninguém sabia a importância que isso tinha pra mim. Ninguém.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

the best ever.

Querida Karen,
se está lendo isso significa que finalmente tive coragem de enviar, bom pra mim. Você não me conhece muito bem mas quando conhecer vai ver que tenho tendência a falar e falar sobre como escrever é difícil pra mim. Mas isso é a coisa mais difícil que eu já tive que escrever. Não tem um jeito fácil de falar isso, então vou só falar: conheci alguém. Foi acidental, eu não estava à procura. Eu não estava à caça. Foi uma tempestade perfeita. Ela disse uma coisa, eu disse outra. Em seguida eu soube que queria passar o resto da vida naquela conversa. Agora tenho essa sensação no peito. Pode ser ela. Ela é totalmente louca, de um jeito que me faz sorrir, altamente neurótica. Bastante manutenção necessária. Ela é você, Karen. Essa é a boa notícia. A má é que não sei como ficar com você agora. Isso me assusta pra caralho. Porque se eu não ficar com você agora, tenho a sensação de que vamos nos perder por aí. Esse é um mundo grande, malvado, cheio de reviravoltas. E as pessoas têm um jeito de piscar e perder o momento, o momento que podia ter mudado tudo. Eu não sei o que está acontecendo com a gente e não sei te dizer por que você devia arriscar um salto no escuro pra gostar de mim, mas porra, você cheira bem, como um lar. E você faz um café ótimo, isso deve contar pra algo, certo? Me liga.
Infielmente seu, Hank Moody.


sábado, 21 de fevereiro de 2009

não

confesso.
confesso que eu não sabia que o sol era tão lindo visto daquele local naquela hora.
confesso que é bom ser irresponsável às vezes.
confesso que pra variar o medo tomou conta por alguns instantes.
confesso que acho que tá legal.

pronto e ponto.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

quer dizer...

As dores pareciam ser mais reais cada dia que passava. Eu não sentia mais tanta fome nem tanta vontade de sair de casa. Estava me devorando, de uma forma que eu nem sabia que era possível. Eu comecei a dormir muito mais que o de costume, comecei a fingir que não ouvia as pessoas e com isso, parei de socializar. Largava coisas feitas pela metade e voltava pra cama, quando muito chegava na janela pra ver se ainda era dia. Eu não queria mais relógios. Saber do tempo parecia fazê-lo passar mais lentamente. Eu achei que não merecia tanto, eu não deveria merecer. Essas coisas pareciam acontecer só comigo. As veias dos meus pulsos pareciam mais verdes que o normal, meu cabelo tinha perdido o corte, a cor, o brilho e muito fios. Eu devia ter perdido alguns quilos também, notava que nenhuma roupa parava na minha cintura. Os medos de antes faziam turnos no meu quarto, pra não me fazer perder nem um minuto dessa agonia. Espero que nossos dias longe estejam fazendo de nós pessoas mais fortes, ou então esse meu estado catatonico não está valendo muito. Vá embora amor, vá pra longe, porque cada dia que estou sem você, eu sou um pouco mais eu.

*fiction.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

superficial

Está tomando conta aos poucos, estranho logo pra mim, que corro sem parar.
Eu nem estava olhando pra trás, acho que nem mesmo pra frente, quando me deparei com um muro, não, muro não, um ponto de ônibus.
Parei por algumas horas, por um dia, quando vi, o tempo estava passando lentamente por estar daquela forma e muito rápido por eu não estar acompanhando tudo.
Vai, pode chamar de boba, mas é que parece que dessa vez, depois de muito fugir do assunto, acho que sim, seria uma boa idéia.
Ops, ideia agora não tem mais acento.
Não me acostumei com essa ideia.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

this is not a game

Quer saber?
Foda-se. Cansei de meia palavras, meias frases, meios sims.
Eu cansei dessa metade, ou da metade que eu inventei. Cansei de não poder ter, não poder dizer. Não quero mais ter que medir as palavras, com medo da sua reação. E que fique bem claro, meus sentimentos não são um jogo, o que eu sinto não dá pra ser contabilizado, porque se possível fosse, eu tentaria subtrair tudo que pudesse. Não somos merecedores de porra nenhuma. E pra não deixar nenhuma dúvida, eu estou desistindo com todas as letras.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

just live me

Barbie querida.
Hoje eu senti pena de você. Juro que não queria ter feito você passar por isso, mas é que tem dias que fico tão triste de te ver assim que prefiro tomar atitudes drásticas.
Inclusive, te vi numa fuga e num canto de um tribunal. O que diabos você tem feito ultimamente? Tirando tentar satisfazer seus pais e as pessoas que estão a sua volta? Quando é que você vai tomar jeito, burrinha! Fiquei sabendo que você era cabeça dura mas saiba que mesmo as cabeças mais duras, com um pouco de força e algumas boas batidas.. não suporta.
Minha pequena, não corra mais, não pense nisso, aproveite um pouco os sorrisos que lhe são dados e deixe que o resto eu cuido pra você!
Beijos e vê se não some.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

supertramp

"a felicidade só é verdadeira se compartilhada"




terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

and so what?!

Conto-te fatos e relatos, mas nada parece tanto com sombras do que as palavras que eu digo. O que me faz florescer é aquele bom plano de ser feliz mas ele se afasta na mesma velocidade que a fumaça do seu cigarro. Eu não posso pedir mais nada, nem pra mim nem pra você, porque só seria mais justo se pudéssemos ser justos com nós mesmos. Decreto estado de calamidade pública (porque só assim consigo por um plural nisso). E além disso, informo saudades tristes.

*I hurt myself today to see if I still feel.
Johnny Cash

domingo, 8 de fevereiro de 2009

É assim

Tem épocas que a vida leva mais a gente do que a gente leva ela.
Acho que as coisas estão mais ou menos desse jeito. Eu voltei pra faculdade, voltei pros amigos de lá, pra minha segunda vida que é lá. Ultimamente a minha vida aqui estava muito morna pra meu gosto, eu, que sempre gostei de farras, noites, amigos, estava me vendo trancada dentro de casa fazendo nada e sozinha. Não era bem assim que eu queria ficar mas ao mesmo tempo, eu me sentia muito bem em me curtir um pouco, tranquilizar a cabeça, as ações...
Agora as coisas parecem estar um pouco mais corridas, sou uma escraviária porém assalariada. Do trampo corro pro ônibus e só volto pra casa meia noite e cacetada.
Minhas férias foram tão movimentadas que li uns 6 livros nesse tempo, isso sem falar dos tantos filmes e séries que vi. Ah! Também tive um tempo para o projeto do meu livro que se Deus quiser sai esse ano. E agora que eu estou na minha rotina louca de novo, meus dias sonolentos, minha preguiça de ir trabalhar, sinto que as coisas podem ficar boas.
Eu tinha pedido pra mim mesma, me implorado, pra ser mais sincera, que eu conseguisse aproveitar ao máximo nesse ano. Mas minha forma de aproveitar vai ser diferente, ela já tem sido de um tempo pra cá, porque eu tenho pensado mais em mim e mais no amanhã. Carpe Diem é bonito no papel, mas na prática a coisa é outra! A vida nos exige muita responsabilidade e a gente só pode exigir boas oportunidades pra ela.
it's evolution baby!

about one past

September 21, 2008 12:02 PM
dEFEITOS COLATERAIS
A cabeça tá a miiil.
Tem muita coisa pra pensar agora, tem muita coisa pra decidir agora, e eu apenas me encontro em posição de observadora.
Ontem fui num casamento liindo, não chorei pra não ficar feio, mas tava tudo tão lindo, tudo tão perfeito, tudo tão cheio de amor, amor de verdade sabe, aquele que é pra vida toda... E como todo mundo sabe, se até filmes me provocam efeitos colaterais, imaginem o que esse casamento fez né?! Fiquei com muitas coisas na cabeça, fiquei pensando se algum dia seria eu que estaria entrando naquela igreja, linda, com o cara que eu amo lá na frente me esperando pra ser o meu marido e companheiro dali pro resto dos nossos dias. Se algum dia esse tipo de amor vai me atingir, esse que tem certeza de que é pro resto da vida, que é pra sempre e que é imutável, eterno. Sempre vi o amor como o pedaço de soneto de fidelidade 'que não seja infinito, posto que é chama, mas que seja eterno enquanto dure', pensa, seria o certo, enquanto fosse amor, tudo bem, depois fim. Mas ontem eu fiquei pensando de outra forma, amor não pode ser chama, amor de verdade não, ele não pode simplesmente se apagar, meus pais estão casados a quase 27 anos, será que eles não se amam? Será que o amor que fizeram eles casarem acabou a algum tempo e hoje só estão juntos porque já estão casados?! Não faz sentido. Quando se sente esse tipo de amor, você tem que saber que ele vai durar pra sempre, que ele vai ser único, vai ser eterno, vai ser infinito, E recíproco. 'No alicerce, Deus, nas paredes, amor e fidelidade, e no teto, diálogo e perdão'. Pois é, construir uma casa, uma família, uma vida. Unificar dois destinos. Será que essas coisas existem? Se existem, Papai do céu, guarda uma amostra pra mim por favorzinho?!

sábado, 7 de fevereiro de 2009

MouthWash

And I use mouthwash
Sometimes I floss
I've got a family
And I drink cups of tea

I've got nostalgic pavements
I've got familar faces
I've got a mixed-up memory
And I've got favourite places

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

aos poucos, vida

Desde que ele se despedira de mim as coisas não aconteciam com tanta frequência muito menos com tanta intensidade.
Eu tinha dias tranquilos, pra não dizer tranquilos demais.
Por mim, passaria todos eles lendo, ouvindo a chuva cair e esperando chegar a noite pra dormir.
Mas sempre tinha alguma amiga que queria me tirar disso me carregando pra algum programa que me fazia esquecer tudo aquilo por minutos distantes.
Fosse pra por a 'fofoca' em dia ou pra dar palpite numa roupa que eu sabia que ia ser usada só uma vez. O fato é que eu precisava mais deles do que nunca, meus amigos que eu nem sabia se podia contar.
Eu tinha perdido muito tempo com minhas lamentações e ao mesmo tempo eu sabia que aquele tempo que passei comigo mesma me foi dado para exatamente isso, ficar comigo.
O problema é quando se chega no impasse de que ficar sozinho é bom mas poderia ser melhor.
Eu estava de frente meu espelho, olhando friamente pro que via, que definitivamente não era eu. Eu era tão cheia de vida, comparado ao que eu via. Via sombras, dores, olheiras. Ao mesmo tempo essa visão varria de mim qualquer tipo de expressão, me deixando sempre sem reação quando via que cada dia que passava, menos vida me sobrava.
Ele nem sabia os tormentos que eu passei nesse tempo. Não sabia o quanto eu esperava que eu estivesse num pesadelo que estava um pouco mais demorado que os de costume. Não seria possível que ele soubesse e não estivesse aqui de volta.
Cheguei ao ponto de, numa noite de desespero, ligar para ele. Mãos tremendo e suando, mordendo o lábio inferior e num meio sorriso, esperando que ele me atendesse. E foi exatamente o que ele fez depois de deixar o telefone tocar muito. Seria possível que ele soubesse o poder que aquela voz tinha sobre mim? Sem saber, preferi falar coisas normais, até fingindo que eu mesma fosse normal. Eu o amei naquele momento, como em tantos outros da minha vida, eu o amei. Mas cada vez que eu o amo, eu sinto que ele dá um passo para trás.
Porque ele simplesmente não volta?

*fiction

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Abalo

Pra não dizer que foi a coisa mais difícil que me aconteceu, diria que foi no mínimo diferente.
Eu não tinha a menor intenção de sair, estava de pijama e até sentia dores de cabeça. E pra falar a verdade, eu já tinha até tomado um copo de leite com toddy para ir me deitar.
Mas foi aí que o telefone tocou, não era tão tarde, mas já não eram horas de ser incomodada.
Deixei ele tocar mais duas vezes, pra ter certeza de que o incómodo valeria.
Atendi ainda pensando nas horas, quando vi que a voz do outro lado deu um suspiro de alívio ao ver que era minha voz que disse um alô sonolento.
- Eu preciso te ver. - Depois de um longo silêncio foi tudo o que eu ouvi.
A ligação caiu antes que eu conseguisse assimilar aquilo. Minhas mãos suaram frio, eu fechava meus olhos tentando voltar no tempo, antes do toque do telefone. Não consegui, aquela voz era tão familiar e me fazia tão bem que o máximo que pude fazer foi marejar os olhos enquanto tirava o pijama.
Eu precisava ir ao encontro dele, sem saber ao certo porque, coloquei a primeira roupa que vi, minhas velhas botas e meu casaco preto. Aos poucos eu tentava pensar que ele estava me chamando para dizer que me ama, que já não haviam mais problemas e que agora sim, era nossa hora. Eu só pensava isso para me confortar, ele estaria me ligando por qualquer outra razão.
Atravessei a cidade, passando pelo lugar onde minha mãe sempre disse pra manter distância, naquela hora eu sequer lembrei disso.
Cheguei na porta da casa dele, ensopada pela chuva e pelo suor da corrida. A luz do quarto dele estava acesa, eu podia ver de lá. Abri o portão, que tantas vezes ele abrira pra mim, entrei puxando ar pro coração desacelerar. Passei pela sala, casa vazia. Lá no quarto, jogado na cama, estava ele. As mãos tremiam, e eu ainda não sabia porque. Ainda não sabia também se eu tremia mais que ele.
Sentei no chão, ao lado da cama, segurei sua mão pensando na hipótese de viver ao lado dele.
Foi aí que eu vi, talvez ele tivesse deixado pra eu sentir mais raiva e ir embora, ou mesmo para eu saber o que estava acontecendo. Um prato, uma caneta sem o miolo, e restos de pó. Pra não chorar, olhei pra ele, seus olhos parados, pro teto, gritando lá dentro. Vi que ele começava a ver o que estava acontecendo, sem entender como ele tinha conseguido me ligar, concentrei-me em dizer que estava brava por aquilo, que não queria que isso se repetisse nunca mais. Falava tão devagar, que parecia estar dando instruções de como seria de agora pra frente.
Eu sentei na cama, ele deitou no meu colo. Chorei enquanto ele não via, aos poucos ele dormiu, e eu devo ter dormido também. Voltei pra casa antes que o céu ficasse claro demais para ser reconhecida.

*fiction.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

postagem

"descia de lá como descia do próprio céu, faltava voz mas nada que a dor não substituisse por soluços. Eu quis correr, quis dizer não, quis até fingir não conhecer, mas toda vez que tentava fazer isso, as vistas tremiam e eu sabia que aquela era a coisa errada a ser feita. Longe mesmo de ser uma heroína, longe de ter longos cabelos loiros e uma pele branca e pura, contei que lá estava eu, com os grandes olhos negros, o meu pouco de altura e um esmalte roído. Ele não olharia pra mim assim, não é isso que eles querem. Eu virei as costas e senti que aqueles olhos me fuzilavam, eu não consegui."

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

livre, leve e medrosos

Ignorando o fato de pessoas que me conhecem ler isso, conto que chorei em mais uma comédia romântica, tá, isso já virou rotina, mas é que ontem foi diferente (eu seeempre digo isso). 'Tudo para ficar com ele', passando no Intercine dessa noite, e mostrava nossa luta (leia-se o jogo de homens e mulheres todos os dias). Isso não passa de um jogo, jogo de mentiras, de sedução, de descaso, de paixonite e etc.
Existem até aquelas pessoas que fazem pelo gosto do jogo, saber que sempre vai ser uma luta, uma batalha, que cada dia vai ser com alguém diferente ou mesmo sempre com a mesma pessoa, aquela velha guerra que sempre fica 0 a 0.
Os homens fingem não perceber ou talvez (são realmente muito avoadinhos e) não percebem mesmo. Nós mulheres percebemos, comentamos das táticas alheias e mesmo assim continuamos com isso. E pra quê?! Eu não sei de ninguém que ficou com alguém estilo vida louca e hoje está casado com o mesmo. Quem me disser que não tem planos de casar vai estar mentindo pro seu próprio umbigo, tá, tem alguns loucos, mas no fundo a maioria esmagadora tem essa vontade. E deixam isso de lado, 'tô muito novo!' é a frase mais comum pra desculpar as noitadas em busca de uma nova caça da 'comida' dessa noite.
Chame de instinto enquanto eu chamo de medo. Medo de se envolver e perder o rumo do trabalho, da faculdade, da família. Medo acontecer o mesmo do passado, o mesmo do presente, o mesmo do vizinho, do pai, da tartaruga e do filme da Tela Quente. Medo de que a mania daquele gatinho pegue, que a feiura do colega passe, que o preconceito de fulano te influencie, que você tenha que adotar aquele cachorro enorme e babão que ele faz caminhada todas as tardes...
Eu estou cantando um mantra que diz 'tô bem solteira'. Se eu estou falando a verdade aí são outros 500.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

nem longe

Acredito que não passava das 3 da tarde.
Fazia tanto calor, era verão, e o El niño estava brincando com as previsões do tempo.
O tempo era o de menos, porque passava Vale a Pena Ver Denovo e eu tinha meu inseparável copo de Coca e um pacote de bolachas, como disse, o tempo não me importava.
As coisas nunca foram muito normais comigo, não mesmo, e numa época onde o que importava era os cadernos de perguntas e as intrigas da turminha, eu preocupava-me com minha mente, meus sentimentos, minha saúde mental. E que não espalhem, por favor, essa tal saúde andava de mal a pior. Dediquei-me fielmente em algo que minhas colegas achavam um tédio, sombrio e até meio bobo. Meu primeiro blog.
Perdi as contas de quantas vezes eu entrava escondido na internet, pra falar com algumas pessoas no ICQ e publicar minhas revoltas no blog.
Meu refúgio, minhas revoltas, era meu, só meu, e eu compartilhava com poucas pessoas. Madrugadas perdidas em frente uma tela fria, noites quentes, e manhãs sonolentas. Foi dessa forma que conheci ele.
O que tenho pra falar dele? Quando penso que não tem nada, descubro que poderia ficar horas contando coisas... Ele.
Conhecemos via blog, de revoltas em revoltas, (minhas e dele) fomos nos conhecendo, e dentre mitos e histórias, conheci meu eu, e ele, bom, ele me conheceu. Usava-se aquela merda de conversa em celular de 3segundos! Mas era assim que conversávamos quando não dava pra entrar escondido na internet. Pode parecer coincidência demais, mas a avó dele morava do lado da minha avó que fica apenas do outro lado da minha casa. Ele brincou com meu irmão quando pequeno. Pois é, e cá estávamos nós, nesse mundo injusto, parecia que algo fazia sentido.
Foi assim, dessa forma, que conheci ele, as coisas que vieram depois foram importantes, mas é essa a memória que tento guardar. Hoje as coisas são muito diferentes, essa história toda foi a uns 6anos e até hoje não sei ao certo como aconteceu. Ele não vai ler, e se ler, não vai levar a sério... Eu não me importo mais.
Nostalgicamente escrito ontem a noite.
=|

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Particularidades

Como não dá pra fugir, falemos sobre.
Estou com um amontoado de pequenos aborrecimentos, falta do que fazer, com preguiça até pra mudar o que está me incomodando.
Eu não me recordo de férias tão ruins quanto essas, estão faltando muitas coisas, muitas pessoas que gosto, e tá chato. Eu sou muito família, e quando dá essa época eu fico por conta deles, gosto das cervejadas e as doradas até amanhecer o dia, e não me importo de forma nenhuma em ficar em casa lendo um livro enquanto uma dupla sertaneja reúne os ânimos da cidade.
Essa coisa de morar em cidade pequena... dá nisso! São tantas opções que quase nunca sei o que fazer, posso enfiar-me em livros ou na internet de baixa qualidade.
Não deve ser atoa que tenho paixão por escrever.
Estou precisando de músicas novas porque estou cansada das minhas, preciso sair pra espairecer, respirar e deixar-me um pouco. Esse sentimento de solidão é muito estranho, assalta de uma hora pra outra, e como sou a chorona mais assumida do mundo todo, despenco.
E outro defeito que tenho é que (apesar de já ter mudado bem pouquinho) eu sinto muito, em demasia. E isso me corrói, me faz adoecer.
Atualmente estou lendo um livro, que tem consumido muito tempo e muitas lágrimas (eu avisei que sou chorona!). Começa assim:
"Um escritor nunca esquece a primeira vez em que aceita algumas moedas ou elogio em troca de uma história. Nunca esquece a primeira vez em que sente o doce veneno da vaidade no sangue e começa a acreditar que, se conseguir disfarçar sua falta de talento, o sonho da literatura será capaz de garantir um teto sobre sua cabeça, um prato quente no final do dia e aquilo que mais deseja: seu nome impresso num miserável pedaço de papel que certamente vai viver mais do que ele. Um escritor está condenado a recordar esse momento porque, a partir daí, ele está perdido e sua alma já tem um preço."
Sem mais.