Desde que ele se despedira de mim as coisas não aconteciam com tanta frequência muito menos com tanta intensidade.
Eu tinha dias tranquilos, pra não dizer tranquilos demais.
Por mim, passaria todos eles lendo, ouvindo a chuva cair e esperando chegar a noite pra dormir.
Mas sempre tinha alguma amiga que queria me tirar disso me carregando pra algum programa que me fazia esquecer tudo aquilo por minutos distantes.
Fosse pra por a 'fofoca' em dia ou pra dar palpite numa roupa que eu sabia que ia ser usada só uma vez. O fato é que eu precisava mais deles do que nunca, meus amigos que eu nem sabia se podia contar.
Eu tinha perdido muito tempo com minhas lamentações e ao mesmo tempo eu sabia que aquele tempo que passei comigo mesma me foi dado para exatamente isso, ficar comigo.
O problema é quando se chega no impasse de que ficar sozinho é bom mas poderia ser melhor.
Eu estava de frente meu espelho, olhando friamente pro que via, que definitivamente não era eu. Eu era tão cheia de vida, comparado ao que eu via. Via sombras, dores, olheiras. Ao mesmo tempo essa visão varria de mim qualquer tipo de expressão, me deixando sempre sem reação quando via que cada dia que passava, menos vida me sobrava.
Ele nem sabia os tormentos que eu passei nesse tempo. Não sabia o quanto eu esperava que eu estivesse num pesadelo que estava um pouco mais demorado que os de costume. Não seria possível que ele soubesse e não estivesse aqui de volta.
Cheguei ao ponto de, numa noite de desespero, ligar para ele. Mãos tremendo e suando, mordendo o lábio inferior e num meio sorriso, esperando que ele me atendesse. E foi exatamente o que ele fez depois de deixar o telefone tocar muito. Seria possível que ele soubesse o poder que aquela voz tinha sobre mim? Sem saber, preferi falar coisas normais, até fingindo que eu mesma fosse normal. Eu o amei naquele momento, como em tantos outros da minha vida, eu o amei. Mas cada vez que eu o amo, eu sinto que ele dá um passo para trás.
Porque ele simplesmente não volta?
*fiction
Eu tinha dias tranquilos, pra não dizer tranquilos demais.
Por mim, passaria todos eles lendo, ouvindo a chuva cair e esperando chegar a noite pra dormir.
Mas sempre tinha alguma amiga que queria me tirar disso me carregando pra algum programa que me fazia esquecer tudo aquilo por minutos distantes.
Fosse pra por a 'fofoca' em dia ou pra dar palpite numa roupa que eu sabia que ia ser usada só uma vez. O fato é que eu precisava mais deles do que nunca, meus amigos que eu nem sabia se podia contar.
Eu tinha perdido muito tempo com minhas lamentações e ao mesmo tempo eu sabia que aquele tempo que passei comigo mesma me foi dado para exatamente isso, ficar comigo.
O problema é quando se chega no impasse de que ficar sozinho é bom mas poderia ser melhor.
Eu estava de frente meu espelho, olhando friamente pro que via, que definitivamente não era eu. Eu era tão cheia de vida, comparado ao que eu via. Via sombras, dores, olheiras. Ao mesmo tempo essa visão varria de mim qualquer tipo de expressão, me deixando sempre sem reação quando via que cada dia que passava, menos vida me sobrava.
Ele nem sabia os tormentos que eu passei nesse tempo. Não sabia o quanto eu esperava que eu estivesse num pesadelo que estava um pouco mais demorado que os de costume. Não seria possível que ele soubesse e não estivesse aqui de volta.
Cheguei ao ponto de, numa noite de desespero, ligar para ele. Mãos tremendo e suando, mordendo o lábio inferior e num meio sorriso, esperando que ele me atendesse. E foi exatamente o que ele fez depois de deixar o telefone tocar muito. Seria possível que ele soubesse o poder que aquela voz tinha sobre mim? Sem saber, preferi falar coisas normais, até fingindo que eu mesma fosse normal. Eu o amei naquele momento, como em tantos outros da minha vida, eu o amei. Mas cada vez que eu o amo, eu sinto que ele dá um passo para trás.
Porque ele simplesmente não volta?
*fiction