terça-feira, 31 de julho de 2012

capítulo II

Ele não era nada convencional. E muito menos ela. O problema deles foi ficar a primeira vez. Depois, ficou sobrando coberta, travesseiro e o canto dela na cama dele. Ele sabia como seduzir com o olhar. E como sabia! E ela se deixava levar todas as vezes, aceitava qualquer barganha pra ter míseros minutos com ele. A justificativa dela? "Não consigo me manter longe dele". A justificativa dele? Ela nunca soube. Mas ele adula ela, mima, faz todas as vontades. Faz carinho, cuida. Vez ou outra ele tenta assustar ela, dizendo que resolveu voltar com a namorada. Ela diz que está namorando pra irritar de volta. E assim eles ficam. Juntos. De madrugada, de tarde, no meio da noite. E se fizer frio, embaça. Se fizer calor, liga o ar condicionado. Ele encosta nela e ela derrete, desliza os dedos, leve, respira perto e pronto, ela perdeu o controle, e o juízo, e sem juízo ela também desliza os dedos pelas costas dele, e não existe madrugada que não amanheça com os dois juntos. E os planos deles são os mais doces possíveis, uma noite juntos, tempo a sós, dormir do lado dela na cama e poder desligar do mundo um pouquinho. Juro que fico na torcida pelos dois, porque eu achei que era brincadeira, mas o ciúme mútuo tá me fazendo pensar que não é qualquer coisa.