quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Ecos

Quando eu era mais nova, tinha uma ilusão de que paixão era amor. Sabe, aqueles altos e baixos, as borboletas no estômago, as mãos suando e algo que batesse de cara. Depois de vários tombos, eu compreendi que muito pelo contrário, o amor é paz, quietude, rotina que não cansa, silêncio que não incomoda, falas que não agridem. Não é que não possa ter paixão, mas o amor grita baixinho, não aprisiona, não força, não implora. E que relação é construção, relacionamento é processo, é querer escolher a mesma pessoa dia após dia. E mais importante é saber que cada pessoa tem um limite, e que permanecer não deve nem pode ser penoso. Saber estar, saber partir, saber deixar entrar, saber deixar sair. E assim, aprendi a me amar, estar solitária e em silêncio não me incomoda, me cobrar tanto não pode ser rotina, que eu preciso me cultivar e me regar, arrumar a minha mente e saber meus limites, saber até onde eu posso ir, de onde preciso ir embora. Fiz por mim o que eu tentei fazer pelos outros e pasme, funciona (na maior parte dos dias). E foi assim que aprendi de verdade o que é o amor.