sexta-feira, 31 de agosto de 2012

insônia.


Oi. É, eu sei. Sou eu de novo. Mas olha, não quero conversar dessa vez. Agora estou apenas te pedindo pra você me ouvir. Eu andei pensando muito nesse tempo todo, e bom, você estava certo. Você realmente não é o cara certo pra mim, porque sabe aquelas noites que você me deixava sozinha enquanto queria ver seus amigos? Eu encontrei alguém que não faz isso. Que me valoriza, que me dá muita atenção. E que nos dias da minha tpm, faz piadinhas e compra sorvete pra mim. Nada de perder a paciência porque hoje eu estou com dor de cabeça. Uma boa conversa sempre o deixa feliz. Ele me elogia todos os dias, e me dá um beijo de boa noite antes de dormir. Trocou a operadora do celular pra gente perder horas se falando. A gente intercala um seriado meu, um dele. O mesmo com os filmes. E as viagens. Ele planeja me levar pra conhecer o mundo. Ou mesmo uma cidade vizinha. Ele lê meu blog, e tem ciúmes dos meus amigos. Ele sente minha falta sempre que estamos longe. Você ainda está me ouvindo?

Sim.

Certo. Eu te disse que ele me ama? Porque ele disse, e tenta mostrar sempre isso.

Por que você está me contando isso?

Porque eu encontrei alguém que está sendo perfeito, e que quer que seja perfeito, e que mais do que isso, me quer. Ele é completamente diferente de você. E eu achei que isso seria a melhor parte. Mas isso só me faz te amar mais. E querer todos seus defeitos de volta. Só pra eu te amar mais um dia. Mais um mês. Mais um ano. Mais uma vida. Porque eu troco qualquer céu pelo nosso inferno. E eu só preciso que você venha aqui na porta. Porque está congelando aqui fora sem você. Faz 5 meses que só faz frio aqui.

o rumo.


- Se eu for embora, não volto tão cedo. Tá me entendendo?
- Pois que não volte mesmo! Não quero trombar com nenhuma camiseta jogada pela casa.

Porra. A gente tinha tantas brigas assim que eu nem consigo lembrar como começavam. Que culpa eu tenho se ele é um cara sem perspetiva, desorganizado, com um físico de me matar e com a mente mais incrível que eu poderia conhecer? Pois é.
Existe esse tipo de gente no mundo. Esse tipo que vive malhando, estudando e pesquisando mas adora pagar de que nasceu assim, e impressiona essas  idiotas, bem tipo eu.
A gente se conheceu de um jeito torto e deve ser por isso essa relação toda torta, bem como a gente mesmo. Ele me pediu um cigarro numa festa, tinha brigado com uma fulaninha e bom, eu estava lá a procura de um certo fulano, que ainda bem não achei. Nós contamos sobre infância, estudos, viagens e primeiras vezes. Tudo isso assim, na primeira conversa, na área de fumante.
Ele dormia no meu sofá, quando brigava com ela. E eu saía com meus amigos. Ele tinha a chave do meu apartamento. Isso não fazia o menor sentido. Um dia eu cheguei e encontrei ele lá, bebendo da minha cerveja, com os pés na mesa de centro e sem camisa. Começou assim. Ele passou a dormir na minha cama. E não apenas quando brigava com ela. Ele deixava algumas camisetas, escova de dente e a droga da caneca. E não me deixava mais sair com os amigos. Eu era dele, apenas dele.
A gente levava numa boa, se eu concordasse com ele. Mas as noites dela eram doloridas. E eu já não sabia como dormir sem ele. Então eu ia pra rua. E ganhava caronas de quem queria entreter minha noite. E sem perceber, passava mais tempo com meus desconhecidos que com ele.
Aí chegou aquela noite. Eu disse que ia sair, ele gritou comigo. Disse que eu estava fora dos trilhos. Eu sai, e voltei. Acompanhada.
-Acabou o respeito? Por acaso agora, não tem nenhuma decência? Que coragem é essa de trazer alguém pra NOSSA casa?
É, ele disse nossa. A casa era minha, eu era dele, e ele nosso. As camisetas no chão eram dele. O chaveiro de borboleta era meu. E eu nem vi quando gritei isso. Eu mandei ele embora. E junto o vazio das noites dela. Porque pra te ter pela metade, prefiro me ter por inteira.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

capítulo II - de outra visão

Bastou você me olhar. Eu já sabia que não ia conseguir te dizer não. O que eu posso dizer? O seu halito me desperta. E o que eu quero, é o que você quer. A gente sente essa urgência pra se ver porque sabe que qualquer minuto perto vale a pena, e todos os separados arrastam. Aí vou tentar te explicar como seria deixar marcas em você, 'se eu quisesse te deixar marcado, seria assim'. Eu ouço seu sussurro dizendo o quanto te enlouqueço e isso só me dá mais vontade. Agora eu não quero mais te empurrar e te chamar pra conversar. Agora eu não quero mais um tempo pra respirar. Eu quero você. Com todas as letras. E sem nenhum espaço entre a gente. Quero juntos, quero mais. Todo tempo é pouco pra gente. Por isso, me puxa, me aperta, me incendia e me faz implorar por descanso. Mas com uma condição pra depois, me mima, vai?