sexta-feira, 9 de março de 2012

sobre os lados diferentes.

Não, não acho que ela estava mesmo querendo me deixar. Ela já tinha feito esse negócio de jogo antes, e eu como sempre, nunca acompanhei direito, parecia sempre que ela estava dois passo na minha frente.
Mulheres, por que sempre tão complexas? Eu querendo apenas amar e ser amado. Por que tanta confusão garota? Garota nada, passou da idade de ser chamada assim, passou da idade das crises que dá. Devia se portar como mulher e me trazer logo uma cerveja bem gelada. Hahaha. Claro que falei isso brincando, até porque ela é daquelas que antecipa, trás a cerveja antes que eu peça, com um salaminho e limão, cortado. E depois me pede abraço, como se já tivesse pago antes por isso, ou que esse era o preço por ser tão prestativa. Ela tem esse lado machinho, de don't care about a thing, mas quando a coisa aperta, ela é cor-de-rosa com olhos marejados de água. Sabe, não consigo diminuir o quanto gosto dela. Nem quando ela dá uma de louca e grita comigo no telefone e eu desligo. Eu sei que ela chora quando faço isso, e faço nem sei porque. Aí ela me liga de novo e eu chamo ela de amor. Pronto, a briga acabou. Tem dias que é tudo fácil entre a gente, os bom dias, os almoços, os seriados, os sexos. Outros dias parece que ela quer distância, bom, nem a culpo, eu sei ser irresponsável. E eu sei machucar ela. E eu sei que dói mais em mim que nela, porque eu cortaria o mundo pra nunca ver dor nela. Deve ser esse egoísmo meu, esse imediatismo que eu não controlo. Eu quero, eu quero, e quero agora. Droga, tanta coisa eu não devia ter querido. Pra não ter visto aqueles olhos chorando e perguntando: eu sou tão ruim assim?
A gente brigou, não sei se foi sério, porque sempre parece sério mas acaba em sexo. Sexo sem uma palavra, nenhuma que seja limpa, pelo menos. E então eu concordo, é claro. Deve ser esse tanto de hormônio que homem carrega. Enfim, não queria que tivesse tomado esse rumo. Ela disse que não aguentava mais. Acho que eu falei que ainda amava ela mas que se era isso, então era isso. Todas as vezes que me levantei da cama dela, ela me impediu antes mesmo que eu chegasse na porta. Não naquele dia. Aquele dia ela afundou a cabeça na almofada cor-de-rosa e achei que era a deixa pra eu ir e ela me segurar. Mas dessa vez ela não foi, e não veio, até hoje. E eu queria estar pensando no fim da briga, no sexo sujo. Mas eu só conseguia pensar nela aninhando no meu ombro, nos olhos brilhando quando dizia que ela estava linda ou no sorriso que ela dava quando eu apertava o nariz dela. Eu fui embora e agora não sei voltar. Mas se era pra ter ido embora, não sei o que fazer da vida, porque descobri que minha casa é ela.

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