quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Quase de verdade.

Vai fazer frio menina, vai fazer frio e vai chover sem mim. Seus pés vão esfriar, o dia vai estar nublado e as suas noites vão ser muito longas. Você pode usar um travesseiro no meu lado da cama, você pode ocupá-la com outro alguém, mas aí dentro desse coração pulsante, você vai sentir o meu cheiro. Você vai ver que aquecer-se ao lado de quem é passageiro não faz sentido algum, porque nenhum deles será eu. Não estou cá a te espraguejar, estou a te avisar, não vai passar. A ferida tem um jeito estranho de criar casquinhas que vão se soltar sozinhas, sem que eu tenha que te encostar. Não vai cicatrizar. E quando, no auge da sua madrugada, que você já tiver rolado para os lados, se sentindo sozinha e sem amparo, você vai me procurar. Vai querer as unhas roídas passando pelas suas costas, vai sentir saudades da forma com que eu pronuncio a letra 's', vai desejar o meu cheiro sem perfume. Mas eu parti, menina. E não te cabe, nem na garupa, nem nos meus sonhos. Fui escrever outras histórias, outros nomes na areia. Ainda te desejo o bem, ainda te desejo, bem.

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