quinta-feira, 29 de julho de 2021

O tempo nos dirá

Um dia alguém me enviou uma imagem com palavras escritas "você é uma frase bonita dessas que a gente sublinha no livro faz tatuagem, conta pra pra todo mundo, dessas que dividem a gente em antes e depois". Hoje, exatamente hoje eu cruzei com essa mesma imagem, sublinhada. E sem pensar, mandei de volta para a mesma pessoa que me enviou há alguns anos atrás. Parece outro mundo, outra vida, e tem tão pouco tempo. Os dias estão passando de uma forma que nunca haviam passado, lentamente, fazendo com que cada sentimento seja vivido, ao mesmo tempo que está indo rápido, desgovernado, e aumentando a distância entre cada marco da vida. Sempre fui uma pessoa que gosta de pessoas, mas nesse momento, nem de mim tenho gostado. É que os gritos presos na garganta estão sufocados, e ninguém mais usa lenço para oferecer quando as lágrimas rolam. A mão treme e fica difícil segurar a colher do doce. O gosto lembra outro doce, o doce momento compartilhado no passado. Ao passo que o futuro se torna palpável, ele se distancia, não é o desejado, mas é o real, e com ele o medo, de não poder somar, de não ser mais, de reconhecer o presente. Eu fui embora, mas eu queria ter ficado, e feito aquela tatuagem, e contado para todo mundo, e lido de novo, sublinhado, escrito na agenda, porque dividida eu já sou, desde o momento que te amei.

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