sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

um pouco mais

Não sei ficar no raso. No mar, na piscina, na amizade, no amor. Só sei mergulhar, só sei que a sensação de me jogar e afundar é o que me move.
Leio livros intensamente, enfio a cara na cachaça, faço ligações de horas, bebo uma garrafa de café, fumo um maço, coloco três brincos, me visto de cores vibrantes. É que ficar no raso, com pouco, de leve, me causa incômodo. Parece que estou vivendo pouco, parece que está faltando alguma coisa.
Faço curso de finanças, de lettering, de crochê, de escrita. Tenho várias paixões, vários assuntos me interessam. É que se não for pra ser emocionada, eu prefiro que não seja. Se não for para ser intenso, o morno não me atrai.
Dou bom dia com coração, mando mensagem para minhas amigas dizendo o quanto eu as amo e admiro, ligo para minha família de vídeo para sentir suas emoções, choro muito na terapia, abraço minha cachorra com todo amor do mundo, beijo com intensidade, conto do meu dia como se fosse o mais interessante, leio textos e me emociono, assisto uma temporada inteira de algum seriado em 1 a 2 dias e depois fico triste porque acabou. É que eu preciso das emoções e dos sentimentos.
E aí quando acaba eu fico triste, quando me despeço eu fico mal, às vezes é até dor física mesmo, angústia, porque de bom e de ruim é tudo muito. E eu sequer julgo quem não consegue me entender, ou me acompanhar, ou decide me julgar, não é sobre vocês, é sobre mim.

Nenhum comentário: