terça-feira, 31 de janeiro de 2012

prisão domiciliar

E agora, o que é que vamos fazer? Houve o tempo de distanciamento e, que digo de passagem, foi o melhor no momento, evitou muitas dores. Passado muito tempo, sem ninguém pedir desculpas, sem ninguém procurar ninguém, tava lá, as duas de novo. As duas. Nós duas. Vai dizer que consegue me responder o que foi que a gente fez no passado que nos prende tanto assim? Eu não sei. Eu não imagino o que foi que vivemos de tão importante, de tão grande e perfeito que nos fez ficar presas assim, não que eu esteja reclamando, mas eu só consigo me lembrar que fomos amigas, amigas como qualquer outra pessoa foi, como irmãs que nasceram de mães diferentes. Amigas sem medida, sem madrugada, sem hora pra desligar o telefone e guardar a agenda. Amigas que compartilharam tudo, que viveram juntas e que brigaram e muito. Que não aprovavam todas as atitudes da outra, repreendia e às vezes se ausentavam. Nem sempre juntas fisicamente, mas sempre em pensamento, em preocupação.
Mas é claro que tenho todas as cartas, as agendas e as fotos. Nem todas as fotos porque sempre meus computadores dão problema e eu não consigo salvar tudo antes da pane. Tenho todas as tardes de mãos dadas, os filmes, os cds. Mas não sei o que fazer disso, porque sempre achei que isso era comum quando se tem um amigo, as coisas ficam, as pessoas mudam e pronto. Por que não acontece assim nesse mundo nosso? Sei lá, tem hora que parece que a gente nasceu pra ser arqui inimigas, e volta e meia quando menos espero, você está lá, sendo a amiga que eu tinha. Não sei o que aconteceu pra amarrar dois destinos assim, e confesso pensar bastante nisso. Mas eu fiz questão de deixar claro que o caminho está livre, que eu não tenho ressentimentos e que você pode sim falar comigo. O que vai acontecer agora eu não sei, mas pelo que estou contando, estou dando meu segundo passo em sua direção.

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