quinta-feira, 26 de abril de 2012

luz acesa.

Esse apartamento acabou ficando gigante pra mim. Ainda mais pros meus pensamentos. Existe uma distância enorme entre o sofá e a parede e eu sempre trombo com a quina. É que era ali que a gente se esbarrava. Era ali, naquele canto, que você bagunçava o meu cabelo e sussurrava que me amava. Está doendo.

Eu fiz um café e fui trabalhar. E (ou)vi beijos sonoros na praça. Não era eu e você, atrasados para as respectivas reuniões. E quando voltei pra casa, vi uma garota rindo ao ler algo no telefone. Aqueles sorrisos que você sabe de onde vem. Eu não me lembro a última vez que senti aquilo. E subo as escadas. Ligo a luz. E percebi que não tenho comido. Não me julgue. Eu amava cozinhar para você. Me atrevo num pacote de bolachas, e começo a chorar. Eu te fiz viciar nessa bolacha.

Antes eram 15 passos até chegar no quarto, eu, em cima dos seus pés. A gente fazia isso sempre. Agora parece que são 150. Talvez eu resolva me jogar no sofá mesmo, provavelmente vai me doer menos hoje. Mas eu continuo andando. E encosto na porta. O lençol está todo estragado, só de um lado. A perfeição está te aguardando, ali, logo do meu lado. Volta.

A sua falta está me adoecendo. E eu estou abraçando isso. Essa noite decidi, vou dormir no seu lado da cama. Vou atrapalhar só um pouco do que te espera. Tomar dois comprimidos, dormir e apagar pelo menos uma noite. E quando você voltar, eu vou fazer novas promessas, vou fazer um café mais doce e fumar menos. E então te contarei dos dias que as noites tinham 24 horas.

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